Vinho do Mês | Março

Imaginem-se a receber a informação que o vosso almoço iria ser acompanhado por um vinho tinto da região dos vinhos verdes.

Muitos de vocês, e até eu, dirão “Nem pensar”, “É muito ácido”, “Não gosto”.

O desafio estava lançado e em tempo de lampreia a harmonização (chavão de enólogo fica sempre bem) tinha que ser com um vinho com a casta de Vinhão / Sousão.

Aproveito para esclarecer que Vinhão e Sousão são a mesma casta mas que no Minho de onde é originária é designada Vinhão e no Douro onde se estabeleceu “Sousão”, são assim palavras sinónimos da mesma casta.

O vinho escolhido era-me completamente desconhecido mas foi-me recomendado como um bom exemplar a um preço simpático.

À mesa apenas havia a garantia de que poucos convivas gostariam deste vinho, uns por serem minhotos e outros porque estão habituados a bebê-lo. O que é certo é que todos provaram e beberam, e sem garrafas para contar a história também devem ter gostado.

O vinho apresentou-se como sendo bastante equilibrado e prazenteiro no gosto. Destacam-se, sem sombra de dúvida, os frutos silvestres e vermelhos que aliados à acidez o tornou um tinto fresco com taninos macios e bem integrados conferindo estrutura e corpo ao vinho.

A repetir mesmo que não haja lampreia para acompanhar nem malguinhas para servir o vinho!